quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A vida na Pós-Modernidade



Eles fingem que o tempo não passa
E andam tropeçando na dor humana
Naquele andar indiferente que nem disfarça
Pois o olhar ainda é o mesmo e não engana

Por onde a vida passa a velhice é negada
E a lágrima que risca o choro se desgasta
No luto pelo tempo que cansado e veloz
Decidiu ir embora para bem longe de nós

Amar sem responsabilidade
Usar só por querer... Gostar só por vontade...
Corpos que se vendem pelo valor de beijos
Prazer que só se medem por desejos

Sozinhos, eles caminham juntos
Cada um decidiu levar seu jugo
Quando nada parece valer a pena
Assassinam a vida pequena
Indefesa... não tem que a ajude

Mas onde estará a verdade?
Ela se escondeu por debaixo das faces?
Cobriu-se sob a farça desta realidade
Onde estamos fadados a imitar sem liberdade


Tudo flui...igual a água que se deixa escorregar
Andando, correndo, em desespero, sem parar
Não há tempo a perder ou a ganhar
Há o hoje... o amanhã, talvez não virá

Bruniele Souza
28/12/2011

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Uma vida



Como explicar onde ela está...
Às vezes sinto como se fosse o ar
Que invadindo meu corpo, o deixa tão solto
Suspiros de menina, sonhos num só sopro

É como se estivesse no coração
Naquele palpitar pacientemente impaciente
O batuque de uma vida em mim tão vivente
Que retoca o embalo de minha emoção

A vida invade minha mente
Numa vontade de ser e deixar de ser
Na lágrima do choro de quem nasce
No lamento de quem vive na beira-morte
Entregue sem reservas à propria sorte

Aquele vento, aquele monte, aquele mar
Naquele dia, só minha vida a vagar
Sofrendo a morte de uma vida devagar
Rogando a sorte de numa só vida, poder amar

Bruniele Souza
22/12/2011

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Beleza



Por trás do espelho escondido
Nas paredes de um coração ferido
Os olhos não queriam enxergar
Aquela beleza se esvaía pelo ar

Nem a foto reformada
Nem o vestido ou a pele perfumada
Nem o sapato caro, o cabelo comprido
Nem o glamour do seu caminhar
Nada faria tudo voltar

A beleza não queria mais estar lá
Rejeitou ser seduzida só por prazer
Pela velha monotonia de fingir ser
Ia embora sem vontade de voltar

Se enganou por muito tempo
Deixou-se levar pela ilusão do vento
A beleza não se pode cultivar
Sem que a tenhamos por dentro

Bruniele Souza
13/12/2011