quarta-feira, 27 de julho de 2011
Medo
Um doce entardecer estava vindo
E ela ali deitada sobre a relva
Recebendo as carícias de uma brisa fresca
Suave sonido do balancear das árvores
E em seus lábios um breve sorriso
Queria que nada daquilo acabasse
Só queria...Mas tudo era eterna despedida
O sol, o ser, a brisa, o sorriso...
E ela ficou ali sozinha com medo
De dormir e acordar de novo
De amar e sofrer um desgosto
De viver e ver a morte
De caminhar a qualquer sorte
De ter alguém e vê-lo ir embora
De entregar-se por inteira
De perder as estribeiras
E ela ficou só ali...somente ali
Bruniele Souza
27/07/2011
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Frágil
As coisas podem se tornar em tudo
E o tudo pode transformar-se em nada
Quem falava prefere ser mudo
Escondendo a vergonha sepultada
Um deslize num momento
É capaz de destruir um sonho
Um castelo de areia ao vento
Frente à ameaça de um mar medonho
Cuidar de uma vida não é tão fácil
Mantê-la viva, sem humor lábil
Um passo em falso, tudo em vão
Lá vejo a morte erguer-se então
Num só momento o real vira sonho
Um pesadelo eterno e imortal
As fragilidades dessa vida anormal
Me fazem querer perder o sono
Bruniele Souza
20/07/2011
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Uns delírios
Há uma tempestade dentro de mim
Eu posso ouvir os ruídos da água
Escorregando pelo abismo que não tem fim
Buscando o meu vale do nada
Lá fora eu vejo a calmaria
Eu consigo ver o sol sorrir pra mim
Mas aqui dentro as sombras me assutam
Eu não sei mais o que eu faria
Se eu não tivesse a canção que me faz dormir
Ela consegue acariciar-me até que o sono chegue
E quando ele chega... as ondas gigantes...
Parecem amassos de um cobertor
Abraçando-me, envolvendo-me...
Em um caloroso embaraço de prazerBruniele Souza
11/07/2011
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Sussurros
Tentei descrever o que se sente
Quando em plena vida contente
A gente não quer mais viver
É inútil...não tenho mais as palavras
Elas detestam ser inanimadas
Mas eu não consigo esquecer
Aquela dor que vem de repente
Tirando toda a vontade da gente
E ainda nos espera em vida nascer
É triste quando a gente acredita
Mesmo que o mistério insista
A gente não quer morrer
Bruniele Souza
04/07/2011
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